27/04/2007

Hawking

É verdade? Os universos paralelos existem? A informação é, afinal, preservada?
Isso quer dizer que deus vai dar-me uma fichinha. Ou já deu. Ou está a dar agora.
Oba oba!

20/04/2007

Haec olim memenisse invabit

Nunca o sol brilhou na minha cara assim. De manhã e já forte. Revigorante. Limpo. Prometedor.
Todas as manhãs desfilava naquela passarela de tábuas até chegar ao palco mais feliz do mundo. E era mesmo um palco do mundo.
Os meus rituais japoneses seguidos à risca todas as manhãs, do 1º ao último dia de trabalho, lembravam-me porque estava ali, antes de tudo o mais. Inseri-me numa cultura diferente e aceitei-a com a humildade de quem faz uma experiência com o único intuito de conhecer. Curiosidade pura. Um deslumbre infantil ou ingénuo, fruto da minha virgindade viageira. Não podia ter corrido melhor.
Uma casa (o moquifo) partilhada a 3. Uma porta arrombável, a segurança extrema. Boa noite, sr. sem abrigo. Desculpe o mau jeito, é só para abrir a porta, com licença. Liberdade total para uma decoração personalizada. Um altar polinésio à beleza masculina logo à entrada, como sinal de boas-vindas. Uma rua em pleno centro da capital, um luxo. Para quê televisões quando existe uma janela num lugar assim? E um gil por cada par de circunferências.
Todas as noites, um sentimento de alegria urgente. Pressa para divertir. Espectáculos, visitas, conversas à beira-rio, copos e danças, desfiles de looks improvisados, olás a gente de todos os lugares, de todos os continentes. Luzes, barcos, jardins, esplanadas, boa mesa, música, festa estampada nas caras bem-dispostas. Um sentimento latente de que tudo ia acabar, um sonho desperto, não havia tempo a perder.
E tudo acabou num magnífico, estrondoso, espectacular festival de fogo de artifício. Mesmo como convinha. Apesar de toda a vontade de querer voltar um segundo atrás, que fosse.
Deus, quando é que posso voltar a ter 26 anos outra vez? Dá-me uma ficha só para mais uma voltinha.

18/04/2007

Varinha tragica

Estou com uma dor de cabeça horrível, nojenta, estuporada.
Não dói acutilantemente, mas mói persistentemente.
Contabilizei perto de 55 horas de dor de cabeça contínua.
Uma dor vagarosa, molestadora, sub-reptícia, maldosa, dolosa.
Nem me deixou apreciar convenientemente as minhas lindas bat for lashes.
Acho que algum gnomo (um leprechaun?) se introduziu ouvido adentro, munido de uma poderosa varinha mágica, e está agora entretido a empapar a minha mioleira. Maldito sejas. Raios ta partam, ó anãozinho.
Rauss daqui para fora. Rauss!!!!
Grunf. E está um dia do caraças!

11/04/2007

Querido Judas

Sempre soube que eras boa pessoa. Espero que a tua memória encontre, finalmente, um pouco de paz. Quero que saibas que sempre estranhei e desprezei a forma como foste tão malquisto durante toda esta pequena eternidade. Como é que no meio de tantas mensagens de amor, tolerância, paz, houve lugar para tanto ódio. Provavelmente, tudo começou com a inveja. Não me perturba pensar que os teus companheiros sofressem desse mal. Já andaram a insinuar umas coisas, aqui há uns tempos, a propósito da madalena. Outra infeliz tão maltratada pela história. Tu também o foste, mas acho que padeceste de grande parte desses maus tratos ainda em vida. O pedro conseguia ser bem retorcido, hã? Um santo dum homem, mas com as suas fraquezas. Todos falam nelas, mas a ele tudo foi desculpado. Ouvi dizer que eras o único proveniente da judeia. Isso chega a explicar muita coisa. Deixa lá. Um dia, todos perceberão o erro histórico chamado irineu (mas, depois de gregório xiii, se calhar não adianta de nada). Gostei muito de teres posto o teu mestre às gargalhadas. Muito bom. Provavelmente, começaram aí as invejas: alguns dos teus companheiros gostariam de ser levados mais a sério, sabes? De qualquer modo, eu prefiro a tua versão. Mas é fodido, não é?
*Beijo*

05/04/2007

Ganda landes

A páginas tantas, o economista david s. landes, talvez revendo-se no que descreve, acusa alguns teóricos de tentarem escamotear a verdade sobre as conquistas espanholas, pois até que muitos deles serão descendentes desses conquistadores (por serem americanos de nome europeu? E tu, david s. landes?). Diz landes que estes teóricos vão ao ponto de fazerem um paralelo entre a conquista espanhola e a colonização norte-americana (para começar, já gosto da introdução da palavra “colonização” pelo autor, para referir a ocupação do norte da américa, por oposição à “conquista” pura e dura da américa mais a sul) pelos anglo-saxões e protestantes, em termos de violência. Oh infâmia. Oh ignomínia. É preciso ter lata, hã? Para este autor, a única intenção de vários historiadores e ideólogos latino-americanos é desculparem-se da perversidade dos seus antepassados com a maldade dos outros. Tsc, tsc. Landes nunca recorreria a tamanha parcialidade histórica. E, para que tal fique claro, remata toda esta explanação com uma nota de autor em rodapé, que passo a transcrever:

“* Será realmente assim? Os colonos britânicos na América do Norte eram capazes de cometer um homicídio a sangue frio, mas não eram propensos à prática do sádico suplício e da tortura. E, se perguntarmos quem pode medir essas coisas, parece-me haver aqui uma importante diferença operacional, a saber, se eu fosse um índio, preferiria morrer às mãos de um britânico, e não de um espanhol. Morte é morte, mas com o primeiro, eu poderia caminhar mais rapidamente para a morte - e razoavelmente inteiro.”

Ai querem objectividade e imparcialidade históricas? Peguem lá.

Lindos



Esta é uma linda mensagem num dia de tolerância (de ponto), se bem que esta tolerância (de ponto) traga alguma discriminação com ela, pois é só para alguns. Por aqui, reina mais uma certa intolerância pontual.

04/04/2007

É bonito

"François Truffaut was constantly trying to improve his English during production, and he was self-conscious of his heavy French accent. When he delivered the line "They belong here more than we" (after he learns the Army plans to dust the mountain with nerve gas), several crew members thought he had said "Zey belong here, Mozambique." Several T-shirts were printed with this quote as a joke; when he heard about it, Truffaut burst out laughing."

in trivia, imdb.

Foda-se

... ou coisas que vou remeter para 2º plano (2º? Bah! O mais último dos planos!) para sentir que as supero.

Mesquinhices, intriguinhas, raivinhas, frustrações recalcadas, incompetências mal assumidas, julgamentos a priori, falsos puritanismos, ausência de sentido de: humor; ridículo; perspectiva;, arrogância, ignorância arrogante, vitimizações, autocompadecimentos, espíritos melindráveis, agressividade gratuita.


Acho que deve haver muito mais mas, por agora, chega como exercício exorcista.